quarta-feira, fevereiro 25, 2004

O aborto do dia seguinte

Porque é que os "contraceptivos de emergência" têm o nome errado


Evidências recentes mostram que os (assim chamados) contraceptivos de emergência têm, de facto, efeitos abortivos. Um exemplo é o artigo do número de Março da Annals of Pharmacotherapy, entitulado "Postfertilization Effect of Hormonal Emergency Contraception", escrito por Chris Kahlenborn, MD, Joseph B. Stanford, MD, MSPH e Walter L. Larimore, MD.

Neste artigo, os autores notam que os defensores da contracepção de emergência afirmam que este método é moralmente mais aceitável porque, ao contrário da droga mifepristone (RU-486) que induz ao aborto, ela previne a gravidez em vez de abortar uma vida existente.

No entanto, o artigo fornece evidências de que "os regimes da droga da pílula do dia seguinte podem provocar a morte de um embrião por impedir as suas tentativas de se implantar dentro do útero.

O artigo faz notar que se tem vindo a assumir frequentemente que os ingredientes da pílula do dia seguinte funcionam essencialmente por prevenir a ovulação. Mas os autores descrevem como a droga por vezes falha na sua tentativa de prevenir a ovulação e então funciona com um efeito pós-fertilização, provocando o aborto de uma vida embriónica acabada de formar.

Examinando um dos métodos, o regime Yuzpe, o estudo observa que mesmo com umas assumpções altamente optimistas, o efeito abortivo da pílula poderia contar em "13-38% da eficiência estimada".

O artigo indica que, independentemente das convicções pessoais do médico ou do farmacéutico, é importante que os pacientes tenham a informação relevante para as suas próprias convicções e sistema de valores. Logo, deixar de mencionar a uma mulher que a droga pode induzir à morte de uma vida embriónica dentro dela, representa uma falta de um informado consentimento.

Em Fevereiro de 2000, a revista Archives of Family Medicine publicou outro artigo de Dr. Larimore entitulado "Postfertilization Effects of Oral Contraceptives and Their Relationship to Informed Consent". Larimore examinava os efeitos abortivos dos contraceptivos em geral e descobriu que a pílula do dia seguinte não difere radicalmente dos contraceptivos diários: a diferença principal é que consiste numa só e grande dose das mesmas substâncias.

O artigo afirma: "o mecanismo primário dos contraceptivos orais é inibir a ovulação, mas este mecanismo não é sempre operativo". Dado que a ovulação ocorre por vezes, os contraceptivos são desenhados para ter efeitos secundários que têm lugar após a fertilização do óvulo - notavelmente, a implantação no útero. "Existe forte evidência a suportar a hipótese de que eficiência dos anticonceptivos orais depende até certo ponto dos efeitos pós-fertilização", escreve Larimore.

Esta descoberta foi ecoada, de facto pela Drª Felicia Stewart, co-directora do Centro de Pesquisa e Política de Saúde Reprodutiva da Universidade da Califórina em S. Francisco.

Quando a Califórnia, no ano passado aprovou a venda da pílula do dia seguinte sem a necessidade de prescrição médica, Stewart anunciou que em certos casos essas pílulas "podem também evitar a gravidez evitando que o recém fertilizado óvulo se implante no útero da mulher", noticiou o San Jose Mercury News no dia 16 de Outubro.

As Nações Unidas também o admitem. Uma publicação do Fundo para as Populações das Nações Unidas de 1998 "Serviços de Saúde Reprodutiva em Situações de Crise", contém um relatório escrito por dois médicos da British Faculty of Family Planning and Reproductive Health Care do Royal College of bstetricians and Gynecologists.

Nas "Recomendações para a Prática Clínica: Contracepção de Emergência", os médicos Ali Kubba e Chris Wilkinson descrevem com as pílulas funcionam e como elas afectam o útero. A pílula de emergência produz alterações no "endometrium, tornando-o incapaz para um óvulo fertilizado se implantar", escrevem.

O artigo também observa que o Dispositivo Intra Uterino (DIU) tem o mesmo efeito no endometrium. O DIU faz parte dos kits de saúde reprodutiva distribuídos aos refugiados pelas Nações Unidas.

A Morte de Um Embrião

Funcionários das Nações Unidas negam que os contraceptivos de emergência sejam abortivos, afirmando que prevenir a implantação de óvulos fertilizados não é aborto. No entanto, conforme claramente indica o Annals of Pharmacotherapy, prevenir a implantação causa a morte de um embrião vivente; tal acção é inegavelmente abortiva, seja qual for a forma como lhe chamem.

Esta posição é apoiada por eclarações feitas pela organização canadiana "Médicos pela Vida". O grupo nota que a descrição da pílula do dia seguinte como um meio de contracepção "não descreve correctamente a sua acção abortiva e é enganador para o público. A confusão é agravada pela tentativa currente de redefinir gravidez como ocurrendo apenas após a implantação. É um facto elementar da embriologia humana que a vida começa após a concepção".



Fonte: Zenit - ZE02020901

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