terça-feira, abril 05, 2005

Ecos...

“DÊMOS GRAÇAS A DEUS POR JOãO PAULO II, SERVO BOM E FIEL”

Carta de D. Javier Echevarría.

Que Jesus me guarde as minhas filhas e os meus filhos!

Queridíssimos: preparávamo-nos já para o doloroso transe do falecimento do nosso amadíssimo Papa João Paulo II que, mais frequentemente nestes últimos anos e meses, ofereceu a todo o mundo um testemunho sereno e alegre da sua íntima união com Deus através do sofrimento.

Desde a quarta-feira passada, quando o estado de saúde do Santo Padre se agravou repentinamente, toda a Igreja se congregou em torno do seu Pastor supremo, rezando com fé em todos os cantos da terra. Uma vez mais se reproduziu a cena narrada pelos Actos dos Apóstolos: quando o rei Herodes pôs na prisão o Apóstolo Pedro, com o intuito de o fazer morrer, a Igreja rogava incessantemente por ele a Deus (Act 12, 5).

Esta oração pelo Sucessor de S. Pedro, para além de ter sido fonte de fortaleza para o Papa nos passados dias, uniu-nos com maior solidez a Cristo e à sua amada Esposa, a Igreja; fez com que os católicos descobrissem uma vez mais que formam parte da grande família dos filhos de Deus, que têm um Pai comum também na terra. Sentimos além disso a proximidade de muitos outros cristãos e de inumeráveis homens e mulheres de boa vontade, que se uniram também à nossa oração. Demos graças a Deus por todos estes bens, por servo tão bom e fiel, o Papa João Paulo II!

Muitos motivos de gratidão nos vinculam, na Obra, a João Paulo II. O nosso Padre ensinou-nos a amar ardentemente o Papa, seja quem for, pela simples e sublime razão de que é o Vigário de Cristo, seu Representante visível na terra. Mas esta veneração torna-se mais clara ao considerar como, nestes anos do seu ministério como Pastor Supremo, nos facilitou a nós, católicos, o cumprimento do nosso dever filial de adesão fiel, com o exemplo da sua intensa vida espiritual – que se tocava! –, da sua alegria ao serviço das almas, da sua caridade para com todos os homens e também da sua exigência paterna, ao erigir a Obra em Prelatura, para que façamos o Opus Dei, esta partezinha da Igreja, como Deus quer.

Conhecíamos o enorme prestígio espiritual e moral que o Santo Padre tinha em todo o mundo. Mas nos dias passados, também ao ver a extensa cobertura que lhe dedicaram os meios de comunicação, penso que todos, também os não católicos, tocaram na verdade de que ubi Petrus, ibi Ecclesia: onde está Pedro, aí se encontra a Igreja. E agora, depois de tantos anos de entrega generosa a Nosso Senhor, ressalta ainda mais a incisividade e a eficácia do seu ministério como Supremo Pastor.

Temos a certeza de que a Santíssima Trindade lhe abriu de par em par as portas do Céu, para premiar o seu constante zelo pelas almas, o seu perseverante convite para que todos abramos as portas da alma a Cristo. Ao mesmo tempo, com agradecimento profundo e sereno, ofereçamos sufrágios pelo eterno descanso da sua alma. Para além dos estabelecidos por S. Josemaria no Opus Dei para momentos como os que estamos a viver, aconselho-vos a serdes generosos no oferecimento de sufrágios por João Paulo II. Tende a certeza de que essas orações, já estamos habituados a vê-lo, serão petições de ida e volta: subirão ao Céu e Nosso Senhor devolvê-las-á à terra convertidas numa chuva abundante de graças.

Minhas filhas e meus filhos: João Paulo II, junto de Nosso Senhor, continua a dizer-nos: "Levantai-vos, vamos!". Para que nos decidamos, dia após dia, a reempreender com decisão o caminho da nossa vida cristã. Duc in altum!
(Lc 5, 4), recorda-nos a cada uma e a cada um. Todos nós, os cristãos, como filhos fiéis da Igreja, temos de nos lançar mar adentro no grande oceano do mundo, para levar a cabo, sem mediocridades, com entrega plena e decidida, a missão corredentora que Cristo nos confiou.

Quando o Conclave dos Cardeais, reunido sob a inspiração do Espírito Santo, eleger o novo Sucessor de Pedro, escutaremos o anúncio: habemus Papam!.
Preparemos-lhe o caminho desde já. Roguemos ao queridíssimo João Paulo II que interceda diante de Deus Nosso Senhor para que o novo Papa encontre o sulco aberto e preparado pela abundante oração e mortificação de todos os cristãos. Já o amamos com toda a alma, seja quem for; e, como nos disse o nosso Fundador em ocasiões análogas, ofereçamos tudo pela sua Pessoa e intenções..., até a respiração!

Durante estes dias de sede vacante, talvez nos ajude aquela jaculatória do Sulco: Para tantos momentos da História (...), parecia-me uma consideração muito acertada aquela que me escrevias sobre
lealdade: "trago todos os dias no coração, na cabeça e nos lábios uma
jaculatória: Roma!" (Sulco, n. 344).

Com todo o carinho vos abençoa o vosso Padre

+ Javier

Roma, 3 de Abril de 2005.

Secretariado Diocesano de Pastoral Juvenil de Viana do Castelo, Cúria Diocesana. Convento de São Domingos. 4900-864 Viana do Castelo Telef.258-824567 Fax.258-824459 Email: jotas@tugamail.com