sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Igrejas novas de Viana beneficiam da renúncia quaresmal

O Bispo de Viana do Castelo desafiou ontem os seus diocesanos a viverem as quatro semanas da Quaresma em séria reflexão interior e a treinarem-se espiritualmente para viverem a generosidade do amor dando e dando-se no auxílio aos mais carenciados.

Na Sé catedral, durante a celebração da cerimónia de imposição das cinzas, que marca o início do tempo quaresmal, D. José Pedreira renovou a exortação de Bento XVI que apela à redescoberta do valor da esmola.

O socorrer quem se encontra em necessidade centra-se na «libertação da afeição aos bens terrenos» e numa maior atenção aos mais pobres, sublinhou, advertindo para «as “vaidadezinhas” humanas, que são sempre uma tentação, mesmo nas coisas boas que fazemos». O prelado recomenda que a esmola seja uma acção «discreta» e permaneça escondida.

Durante a homilia frisou que os cristãos não podem «estar à espera» de que as pessoas mais carentes venham ter com eles, alertando para necessidade de irem «ao seu encontro, para poder partilhar com essas pessoas aquilo que por bondade divina possuem».

A esmola é mais do que simples filantropia, continuou, porque esta «é uma espécie de compaixão humana por sermos seres da mesma espécie », mas quando os motivos são «espirituais, sobrenaturais », está presente a virtude teológica da caridade.

A caridade, acentuou D. José Pedreira, exige «conversão interior » ao amor de Deus e dos irmãos, à imagem da entrega total de Cristo na cruz, porque «não há caridade verdadeira sem um certo despojamento de nós próprios».

A mudança de vida, fruto da conversão, leva a esquecer-se de si, das carências pessoais, que também existem, para pensar mais no outro e nas suas necessidades que, com certeza, são maiores do que as nossas, defendeu.

Para o prelado é fundamental «descobrir aqueles pontos da nossa vida que não estão de acordo com os ensinamentos de Cristo», reconhecendo que não é fácil abandonar hábitos arreigados ao longo de anos, mas acredita que é possível se os caminhos apontados, como a dedicação mais intensa à oração, a prática dos actos penitenciais recomendados pela Igreja, em que sobressaem a oração, o jejum e a prática da esmola forem, tomados a sério.

O Bispo de Viana do Castelo não quer que este tempo seja vivido de qualquer forma mas aponta para a necessidade de projectos concretos. «Viver bem um tempo quaresmal requer que, a partir de hoje, desde agora, abracemos compromissos concretos, específicos, para crescer na paz interior com Deus e os nossos irmãos». Além das tradicionais formas de penitência ou sacrifício «há outras, por exemplo, lutar contra um vício que nos prejudique a saúde (tabaco, álcool, excesso de café...) promover colectas especiais para os pobres, dedicar- se mais aos doentes ou idosos», explicou.

D. José Pedreira aproveitou a ocasião para anunciar oficialmente o destino da renúncia quaresmal deste ano: «além da Fundação Evangelização e Culturas, que é um propósito a continuar, da Conferência Episcopal Portuguesa, beneficiará também as vítimas das cheias de Moçambique, a Casa Sacerdotal e as igrejas novas em construção: Senhor do Socorro, Senhora de Fátima [ambas no arciprestado de Viana do Castelo] e Correlhã [arciprestado de Ponte de Lima]». Esta colecta, no ano passado, ascendeu a 40.795,09 euros, com a qual foi possível subsidiar a Fundação Evangelização e Culturas, a Rádio Ecclésia de Angola, a Casa Sacerdotal e o Arquivo Diocesano.

A renúncia, nomeadamente pela esmola, faz-nos crescer na caridade, reconhecer nos pobres o rosto do próprio Cristo e estimula-nos a redescobrir a misericórdia de Deus, concluiu D. José Pedreira.

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