terça-feira, abril 06, 2004

MENSAGEM DO SANTO PADRE AOS JOVENS DO MUNDO POR OCASIÃO DA XIX JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE 2004

Queremos ver Jesus” (Jo 12,21)


Meus queridos jovens:
1. O ano 2004 constitui a última etapa antes do grande encontro de Colónia, onde em 2005 se celebrará a XX Jornada Mundial da Juventude. Por isso vos convido a intensificar o vosso caminho de preparação espiritual, aprofundando o tema que escolhi para esta XIX Jornada Mundial da Juventude: “Queremos ver Jesus” (Jo 12,21). É o pedido que alguns “gregos” fizeram um dia aos Apóstolos. Queriam saber quem era Jesus. Não se tratava simplesmente de aproximar-se para saber como se apresentava o homem Jesus. Movidos por uma grande curiosidade e com o pressentimento de encontrar a resposta às suas perguntas fundamentais, queriam saber quem era realmente e de donde vinha.

2. Queridos jovens, eu também vos convido a imitar os “gregos” que se dirigiram a Filipe, movidos pelo desejo de “ver Jesus”. Que a vossa procura não esteja motivada simplesmente pela curiosidade intelectual, ainda que em si mesma tenha um grande valor, mas que seja estimulada sobretudo pela exigência profunda de encontrar a resposta à pergunta sobre o sentido da vossa vida. Como o jovem rico do Evangelho, procurai também vós a Jesus e perguntai-lhe: “Que hei-de fazer para ter como herança a vida eterna?” (Mc 10,17). O evangelista Marcos precisa que Jesus, fixando nele o seu olhar, o amou. Pensai também nesse outro episódio em que Jesus diz a Natanael: “Antes que Filipe te chamasse, vi-te quando estavas debaixo da figueira”, fazendo brotar do coração daquele israelita em que não havia engano (cfr. Jo 1,47) uma formosa profissão de fé: “Rabbi, tu és o Filho de Deus” (Jo 1,49). Quem se aproxima de Jesus com o coração livre de preconceitos pode chegar sem grandes dificuldades à fé, porque é o próprio Jesus quem em primeiro lugar o viu e o amou. O aspecto mais sublime da dignidade do homem está precisamente na sua vocação a estabelecer uma relação com Deus neste profundo intercâmbio de olhares que transforma a vida. Para ver Jesus a primeira coisa a fazer é deixar-se olhar por Ele. O desejo de ver a Deus está no coração de cada homem e de cada mulher. Queridos jovens, deixai que Jesus vos olhe nos olhos, para que cresça em vós o desejo de ver a Luz, de saborear o esplendor da Verdade. Estejamos ou não conscientes, Deus criou-nos porque nos ama e para que nós o amemos. Isto explica a insuprimível nostalgia de Deus que o homem traz no seu coração: “A vossa face, Senhor, eu procuro. Não me oculteis a vossa face” (Sl 27,8). Este rosto –sabêmo-lo– Deus nos revelou em Jesus Cristo.

3. Queridos jovens, quereis também vós contemplar a beleza deste rosto? Esta é a pergunta que vos faço nesta Jornada Mundial da Juventude do ano 2004. Não vos apresseis a responder. Antes de mais fazei silêncio no vosso interior. Deixai que emerja do profundo do vosso coração o desejo ardente de ver a Deus, um desejo por vezes sufocado pelos ruídos do mundo e pelas seduções dos prazeres. Deixai que em vós nasça este desejo e experimentareis a maravilha do encontro com Jesus. O cristianismo não é simplesmente uma doutrina; é um encontro na fé com Deus presente na nossa história com a encarnação de Jesus. Colocai todos os meios ao vosso alcance para tornar possível este encontro, olhando para Jesus que vos procura apaixonadamente. Procurai-O com os olhos da carne através dos acontecimentos da vida e no rosto dos outros; mas procurai-O também com os olhos da alma por meio da oração e a meditação da Palavra de Deus, porque “a contemplação do rosto de Cristo centra-se sobretudo naquilo que dEle diz a Sagrada Escritura” (Novo Millenio Ineunte, 17).

4. Ver Jesus, contemplar o seu Rosto, é um desejo insuprimível, mas um desejo que o homem desgraçadamente chega também a deformar. É o que sucede com o pecado, cuja essência está precisamente em afastar os olhos do criador para olhar a criatura. Aqueles “gregos” que procuravam a verdade não teriam podido aproximar-se de Cristo se o seu desejo, movido por um acto livre e voluntário, não se tivesse concretizado numa decisão clara: “Queremos ver Jesus”. Ser realmente livres significa ter a força de escolher Aquele pelo qual fomos criados e aceitar o seu senhorio sobre a nossa vida. Isto o percebeis no fundo do vosso coração: todos os bens da terra, todos os êxitos profissionais, o próprio amor humano que sonhais, nunca poderão satisfazer plenamente os vossos desejos mais íntimos e profundos. Só o encontro com Jesus poderá dar pleno sentido à vossa vida: “Fizeste-nos para ti, Senhor, e o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em ti”, escreveu S. Agostinho (Confissões I, 1). Não vos distraiais nesta procura. Perseverai nela, porque o que está em jogo é a vossa plena realização e a vossa felicidade.

5. Queridos amigos, se aprendeis a descobrir Jesus na Eucaristia, sabereis descobri-Lo também nos vossos irmãos e irmãs, sobretudo nos mais pobres. A Eucaristia recebida com amor e adorada com fervor é escola de liberdade e de caridade para realizar o mandamento do amor. Jesus fala-nos a linguagem maravilhosa do dom de si mesmo e do amor até ao sacrifício da própria vida. É um discurso fácil? Bem sabeis que não. O esquecimento de si não é fácil; este afasta do amor possessivo e narcisista para abrir o homem ao gozo do amor que se dá. Esta escola eucarística da liberdade e da caridade ensina a superar as emoções superficiais para radicar-se firmemente no que é verdadeiro e bom; liberta de fechar-se em si mesmo e prepara para se abrir aos outros; ensina a passar de um amor afectivo a um amor efectivo. Porque amar não é só um sentimento; é um acto da vontade que consiste em preferir de maneira constante, por cima do próprio bem, o bem dos outros: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos” (Jo 15, 13). Com esta liberdade interior e com esta ardente caridade é como Jesus nos educa para O encontrar nos outros, sobretudo no rosto desfigurado do pobre. A beata Teresa de Calcutá gostava de distribuir o seu ‘cartão de visitas’ onde estava escrito: “O fruto do silêncio é a oração; o fruto da oração é a fé; o fruto da fé é o amor; o fruto do amor é o serviço; o fruto do serviço é a paz”. Este é o caminho do encontro com Jesus. Ide ao encontro de todos os sofrimentos humanos com a força da vossa generosidade e com o amor que Deus infunde nos vossos corações por meio do Espírito Santo: “Em verdade vos digo: tudo o que fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” (Mt 25, 40). O mundo tem necessidade urgente do grande sinal profético da caridade fraterna. Não é suficiente “falar” de Jesus; de certo modo há que O fazer “ver” com o testemunho eloquente da própria vida (cf. Novo Millenio ineunte, 16). E não vos esqueçais de procurar a Cristo e de reconhecer a sua presença na Igreja. Ela é como que o prolongamento da sua acção salvífica no tempo e no espaço. Nela e por meio dela Jesus continua a tornar-se visível hoje e continua a fazer-se encontrar pelos homens Nas vossas paróquias, movimentos e comunidades, acolhei-vos mutuamente para que cresça a comunhão entre vós, Este é o sinal visível da presença de Cristo na Igreja, apesar do opaco diafragma que com frequência interpõe o pecado dos homens.

6. Não vos surpreendais depois se no vosso caminho encontrais a cruz. Jesus não disse aos seus discípulos que o grão de trigo tem que cair na terra e morrer para dar muito fruto? (cf. Jo 12, 23-26) De este modo indicava que a sua vida entregue até à morte seria fecunda. Bem o sabeis: depois da ressurreição de Cristo, a morte não terá mais a última palavra. O amor é mais forte que a morte. Se Jesus aceitou a morte na cruz, fazendo dela a fonte da vida e o sinal do amor, não foi por debilidade nem por gosto ao sofrimento. Foi para obtermos a salvação e tornar-nos participantes da sua vida divina. Precisamente é esta a verdade que quis recordar aos jovens do mundo quando lhes entreguei uma grande Cruz de madeira ao terminar o Ano Santo da Redenção, em 1984. Desde então essa Cruz percorreu vários países, preparando as vossas jornadas mundiais. Milhares de jovens rezaram junto a essa cruz. Puseram aos seus pés os pesos que os oprimiam, descobriam que Deus os amava e muitos deles encontraram a força para mudar de vida. Este ano, no XX aniversário desse acontecimento, a Cruz será acolhida solenemente em Berlim, a partir donde, em peregrinação através da Alemanha, chegará no próximo ano a Colónia. Desejo hoje repetir-vos as palavras que então vos disse: “Queridos jovens, ... confio-vos a Cruz de Cristo! Levai-a pelo mundo como sinal do amor do Senhor Jesus à humanidade e anunciai a todos que só em Cristo morto e ressuscitado há salvação e redenção”.

7. Os vossos contemporâneos esperam de vós que sejais testemunhas dAquele que encontrastes e que vos fará viver. Nas realidades da vida quotidiana, sede testemunhas intrépidas do amor mais forte que a morte. Toca a vós acolher este desafio. Colocai os vossos talentos e o vosso ardor juvenil ao serviço do anúncio da Boa Notícia. Sede os amigos entusiastas de Jesus que apresentam ao Senhor todos aqueles que desejam vê-Lo, sobretudo aqueles que se encontram mais afastados dEle. Filipe e André levaram aqueles “gregos” a Jesus: Deus serve-se da amizade humana para levar os corações à fonte da divina caridade. Senti-vos responsáveis da evangelização dos vossos amigos e de todos aqueles que têm a vossa idade.
A Bem-aventurada Virgem Maria, que durante toda a vida se dedicou assiduamente à contemplação do rosto de Cristo, vos acolha incessantemente sob o olhar de seu Filho (cf. Rosarium Virginis Mariae, 10) e vos sustenha na preparação da Jornada Mundial de Colónia, à qual vos convido desde já a olhar com responsabilidade e autêntico entusiasmo. A Virgem de Nazaré, como Mãe atenta e paciente, modelará em vós um coração contemplativo e vos ensinará a fixar o olhar em Jesus para que, neste mundo que passa, sejais profetas do mundo que não morre.
Com carinho vos envio uma bênção especial, que vos acompanhe no vosso caminho.
Vaticano, 22 de Fevereiro de 2004, João Paulo II

(Tradução: DNPJ – p.e.f., de Pe João Pedro Brito) http://ecclesia.pt/pjuvenil/

FÁTIMA JOVEM 2004



Santuário de Fátima, 30 de Abril a 2 de Maio
«Queremos ver Jesus» Jo 12, 21.

Programa

Sexta, 30 de Abril:
21.00h – Festival da Canção. Centro Pastoral Paulo VI.

Sábado, 1 de Maio:
14.00h – Início da Peregrinação no Parque 11 com a Tenda da Oração de Taizé e Reconciliação individual no Paulo VI.
16.30h – Peregrinação para a e Saudação a Nossa Senhora (pela Diocese de Viana do Castelo).
21.00h – Terço e Procissão de velas.
22.30h – Vigília (a partir das 00.00h, na Basílica).

Domingo, 2 de Maio:
10.00h – Terço - Missa, envio e encerramento.



Nota: O Grupo que representará Viana do Castelo no Festival Diocesano será o Grupo de jovens do Seminário Passionista de Barroselas: «Os Passio» com a música «VENCEI AS TREVAS». O Secretariado disponibiliza via email para todos os Arciprestados que o requisitarem a letra e ficheiro mp3. É desejável que todos os jovens de Viana do Castelo possam apoiar o Grupo que nos representa.

ARTIGOS DA CHAMA – ABRIL DE 2004.




Dia Mundial da Juventude e Encontro Arciprestal de Arcos de Valdevez
No próximo Domingo de Ramos, dia 4 de Abril, celebra-se o Dia Mundial da Juventude. Na Sé Catedral, terá lugar uma presença simbólica dos jovens da Diocese. Por sua vez, a Equipa de Arcos de Valdevez fará o seu Encontro Arciprestal subindo ao Monte da Senhora do Castelo e aclamando lá a Jesus com cânticos e palmas.

Grupo «Os Passio» vence Festival e vai a Fátima Jovem
O Grupo de Jovens do Seminário Passionista de Barroselas, obteve o 1.º lugar no Festival Diocesano da Canção Jovem e vai agora ao Festival Nacional em Fátima, no dia 30 de Abril. Vamos todo apoiar a nossa Diocese no Fátima Jovem!

Programa do Fátima Jovem - «Queremos ver Jesus».
Sexta, 30 de Abril - 21.00h – Festival da Canção. Centro Pastoral Paulo VI. Sábado, 1 de Maio - 14.00h – Início da Peregrinação no Parque 11 com a Tenda da Oração de Taizé e Reconciliação individual no Paulo VI. 16.30h – Peregrinação para a e Saudação a Nossa Senhora (pela Diocese de Viana do Castelo). 21.00h – Terço e Procissão de velas - Vigília (a partir das 00.00h, na Basílica). Domingo, 2 de Maio - 10.00h – Terço - Missa, envio e encerramento. Inscrições: 1ª modalidade: Inscrições para festival e Fátima jovem – 10 € (festival+Fátima+tshirt) 2.ª modalidade: Inscrições para Fátima jovem – 5 €; Com tshirt – 8 €. As inscrições deverão ser feitas junto das equipas arciprestais até 16 de Abril.

Viana peregrina a Taizé – Encontro Internacional em Lisboa.
A comunidade de Taizé organizará em Dezembro deste ano um Encontro Internacional, em Lisboa. O Secretariado Diocesano organiza uma viagem a Taizé de 21 a 30 de Agosto. Os interessados podem pedir informações através de jotas@megamail.pt pois as inscrições estão abertas e o número limite é de 50 participantes.

Secretariado Diocesano de Pastoral Juvenil de Viana do Castelo, Cúria Diocesana. Convento de São Domingos. 4900-864 Viana do Castelo Telef.258-824567 Fax.258-824459 Email: jotas@tugamail.com