quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Foi a vidente de Fátima quem, em Fevereiro de 1945, pediu a S. Josemaria Escrivá que fosse a Portugal

S. Josemaria conheceu a Irmã Lúcia em Fevereiro de 1945. Tinha ido a Tuy, em Espanha, encontrar-se com o bispo, o seu amigo D. José López Ortiz. A Irmã Lúcia, vidente de Fátima, encontrava-se então num convento em Tuy. O bispo quis que S. Josemaria a conhecesse. A conversa foi providencial uma vez que a Irmã Lúcia pediu insistentemente ao Fundador que fosse a Portugal, para poder assim apressar os começos do trabalho do Opus Dei em terras portuguesas. A viagem está nos seus planos apostólicos, mas não naquele momento, entre outras coisas porque não tinha passaporte. Mas isso não foi um obstáculo pois, com um telefonema para Lisboa, a Irmã Lúcia obteve para S. Josemaria, e para os que o acompanhavam, a autorização necessária.
Assim, a pedido da Irmã Lúcia, a viagem que o Fundador e Álvaro del Portillo tinham iniciado no dia 29 de Janeiro em Espanha, conheceria um imprevisto prolongamento em solo português.
No dia 5 de Fevereiro estiveram no Porto e saudaram o bispo. D. Agostinho de Jesus Sousa. No dia seguinte foram convidados a almoçar com o bispo de Leiria, a diocese onde Fátima se situa. Visitaram o Santuário de Nossa Senhora de Fátima, então quase terminado. Em Aljustrel S. Josemaria conheceu várias famílias que participaram nos acontecimentos históricos; foi fotografado junto da mãe da Jacinta. Em Fátima o fundador do Opus Dei confiou a Nossa Senhora o futuro trabalho apostólico em Portugal. Visitaria Fátima muitas outras vezes nos anos posteriores, para rezar diante de Nossa Senhora.
Vinte e cinco anos mais tarde, o Fundador recordava os pormenores desta sua primeira entrevista com a Irmã Lúcia: “Tratei-a com secura, porque sabia que era uma santa, e não só não se aborreceu, como me disse que o Opus Dei tinha de vir para Portugal. Respondi-lhe que não tínhamos passaporte, mas ela retorquiu: eu resolvo já isso. Telefonou para Lisboa e conseguiu-nos um documento para atravessarmos a fronteira. Não falámos das aparições de Nossa Senhora: nunca o fiz. É uma mulher de uma humildade maravilhosa. Sempre que a vejo, recordo-lhe que teve um papel importante nos começos da Obra em Portugal (cfr Andrés Vázquez de Prada. Josemaria Escrivá – Fundador do Opus Dei, Verbo, Lisboa 2003, p. 553).

Sobre essa conversa que S. Josemaria teve com a Irmã Lúcia, D. José López Ortiz conta o seguinte: “Entre outras coisas, disse-lhe mais ou menos: Irmã Lúcia, tendo em conta tudo o que dizem de si e de mim, se ainda por cima formos para o inferno...! O Padre contou-me que a Irmã Lúcia ficou pensativa e disse, com grande simplicidade: ‘É verdade, tem razão.’ Josemaria ficou muito satisfeito ao comprovar a sua humildade” (José López Ortiz, in Josemaria Escrivá - Testemunhos, Editora Rei dos Livros, Lisboa 1992, p. 94).

terça-feira, fevereiro 15, 2005

Cardeal-Patriarca considera a Irmã Lúcia um símbolo nacional


D. José Policarpo, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), defendeu hoje em Coimbra que a figura da Irmã Lúcia é um símbolo que fala a todo o país.
Na homilia das exéquias solenes, que decorrem na Sé Nova de Coimbra, o Cardeal-Patriarca referiu que “na morte desta mulher, qualquer coisa tocou Portugal”.
“Quando uma comunidade nacional é capaz de reconhecer na simplicidade de uma religiosa um símbolo que fala a todos, esse é certamente para nós um sinal de esperança”, disse.(Continua aqui)

In Agência Ecclesia

Mensagem do Papa para o funeral da Irmã Lúcia

Ao venerável irmão Albino Mamede Cleto, Bispo de Coimbra,
Com profunda emoção tomei conhecimento que a Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado, com 97 anos de idade, foi chamada pelo Pai celestial para a mansão eterna do Céu. Ela, assim, atingiu a meta para a qual sempre aspirou na oração e no silêncio do Convento.
A liturgia destes dias lembrou-nos que a morte é a comum herança dos filhos de Adão, mas ao mesmo tempo deu-nos a certeza de que Jesus, com o sacrifício da cruz, abriu-nos as portas da vida imortal. Essas certezas da fé nós as recordamos no momento em que damos a nossa derradeira saudação a essa humilde e devota Carmelita que consagrou a sua vida a Cristo, Salvador do mundo.
A visita da Virgem Maria, que a pequena Lúcia recebeu em Fátima, junto aos seus primos Francisco e Jacinta, em 1917, foi para ela o início de uma singular missão, à qual se manteve fiel até ao fim dos seus dias. A Irmã Lúcia deixa-nos um exemplo de grande fidelidade ao Senhor e de gozosa adesão à sua divina vontade.
Lembro com emoção os vários encontros que tive com ela e os vínculos de amizade espiritual que ao longo do tempo se foram intensificando.
Sempre me senti amparado pela oferta quotidiana da sua oração, especialmente nos duros momentos de provação e de sofrimento. Que o Senhor a recompense amplamente pelo grande serviço que prestou à Igreja!
Apraz-me pensar que para acolher a Irmã Lúcia na sua piedosa passagem desta terra para o céu, tenha sido precisamente aquela que ela viu em Fátima, já faz tantos anos. Queira agora a Virgem Santíssima acompanhar a alma desta sua devota filha ao bem-aventurado encontro com o esposo divino.
Confio-lhe, venerável irmão, a tarefa de assegurar às religiosas do Carmelo de Coimbra a minha proximidade espiritual ao conceder penhor de consolação neste momento da separação uma afectuosa bênção, extensiva aos familiares, a vós, ao Cardeal Tarcisio Bertone, meu enviado especial, e a todos os participantes no sagrado rito de sufrágio.

Vaticano, 14 de Fevereiro de 2005,
João Paulo II

Secretariado Diocesano de Pastoral Juvenil de Viana do Castelo, Cúria Diocesana. Convento de São Domingos. 4900-864 Viana do Castelo Telef.258-824567 Fax.258-824459 Email: jotas@tugamail.com