quinta-feira, outubro 07, 2004

«O Código Da Vinci»

Este livro que foi o top de vendas deste Verão e levantou muita polémica devido a incorrecções históricas que demostram uma falta de preparação mínima sobre determinadas situações e realidades da Igreja Católica...

A fraude «Da Vinci»


Entrevista com a escritora e colunista Amy Welborn


ZENIT.org//3 de maio de 2004
10 Maio 2004


Primeiro foi «O Código Da Vinci». Agora vem «Descodificando Da Vinci» (De-coding Da Vinci). Este último, da escritora Amy Welborn, vem desmascarar os erros que permeiam o romance best-seller de Dan Brown.

Welborn é colunista, redactora do semanário católico Our Sunday Visitor e autora de vários livros, incluindo Prove It! (Prova!), uma série de livros de apologética para jovens.

«O Código Da Vinci» não é mais do que um romance de ficção? Qual a importância de escrever um livro assim?

Welborn: «O Código Da Vinci» é certamente uma obra de ficção, em muitos sentidos. Mas dentro da história deste romance, o autor, Dan Brown, apresenta muitas afirmações sobre a história, a religião e a arte. Apresenta-as como verdade, não como parte de seu mundo de ficção.
Por exemplo, um dos pontos centrais de Brown é que os primeiros cristãos não acreditavam que Jesus Cristo fosse divino, e que Jesus e Maria Madalena estavam casados.
Estas afirmações são colocadas na boca dos personagens eruditos e marcadas com frases como «dizem os historiadores» ou «consideram os estudiosos».
Dan Brown afirmou repetidamente em entrevistas que parte do que faz no seu livro é apresentar uma «história perdida» até agora para os leitores, e que está contente de fazê-lo.
Pelo que, certamente, «O Código Da Vinci» é um romance, mas o autor faz afirmações sobre história dentro do romance, apresenta-as como factos e amplamente aceites, e é este elemento do romance que deixou intranquilos alguns leitores e requer, naturalmente, uma resposta.

Quais são as afirmações mais importantes sobre as origens cristãs que Dan Brown faz neste romance? O que é que mais tirou a tranquilidade dos leitores, como referiu na resposta anterior?

Welborn: Brown faz várias afirmações, nenhuma das quais pode ser assumida seriamente como verdadeira, pela boca de eruditos fictícios.
O livro baseia-se num Jesus Cristo, mortal professor de sabedoria, que tentava reintroduzir a noção do «sagrado feminino» na consciência e experiência humanas. Teve seguidores, e casou-se com Maria Madalena, que era considerada a líder deste movimento.
A isto, se opôs outro partido o «partido de Pedro» que trabalhou para suprimir a verdade.
É esta sugestão, uma ocultação destrutiva da verdade, como afirma a Igreja, que tirou a tranquilidade dos leitores, assim como a ideia proposta por afirmações de Brown como «os historiadores crêem» de que Jesus não foi considerado divino por seus primeiros seguidores.

Como responde a estas afirmações no seu livro?

Welborn: A primeira coisa que faço é detalhar as contradições inerentes a estas declarações. Simplesmente, não têm nenhum sentido, em diferentes níveis.
Por exemplo, Brown diz que o «partido de Pedro», ou seja, o cristianismo ortodoxo, opôs-se a Maria Madalena e a “demonizou”.
Pois bem, nos primeiros séculos em que isto estava supostamente a ocorrer os primeiros três séculos do cristianismo temos muitos exemplos de Padres da Igreja que sustentavam que Maria Madalena recebera um louvor particular. Maria Madalena é honrada como santa no catolicismo e na ortodoxia. Como é que a “demononizou”?
Também, e algo mais fundamental, Brown afirma que Constantino, basicamente, inventou a noção da divindade de Cristo para apoiar o seu poder e unificar o império.
Se esta fosse a causa, o que seria na realidade, esse «partido de Pedro» da ortodoxia que Brown afirma, que esteve a lutar contra os devotos de Maria Madalena pelo poder durante estes séculos? Não se sustenta.
Na base de tudo isto está a questão das fontes. O que me ocupou bastante tempo na execução do meu livro. Os leitores precisam entender que as fontes das quais depende Brown são, sobretudo, escritos gnósticos que datam de finais do primeiro século e com toda a probabilidade de serem de muito mais tarde.
Ignora completamente os escritos do Novo Testamento, que inclusive os eruditos mais cépticos datam do primeiro século, de forma igual o testemunho dos Padres Gregos e Latinos, assim como a evidência litúrgica dos três primeiros séculos.
Considerando isto, não há razão para considerar como algo sério nada do que Brown afirma das origens do cristianismo.

Qual é o papel do Opus Dei no «Código Da Vinci»?

Welborn: Parece-me que em «O Código Da Vinci», o Opus Dei desempenha o papel que normalmente os jesuítas desempenhavam nos antigos romances e polémicas anti-católicas: uma sociedade mundial secreta com laços únicos com o Papa, constituída para nada de bom.
Brown usa uma caricatura do Opus Dei neste romance, ainda que tente desculpar as suas bases e converta todos em vítimas mais que em vilãos.
Mas não é necessário dizer que «O Código Da Vinci» está cheio de declarações e caracterizações erróneas do Opus Dei, como o demonstra a figura interessante de um «monge» do Opus Dei, o que já em si desautoriza tudo o que Brown tenha que acrescentar sobre o grupo porque o Opus Dei não tem monges.

São defensáveis as afirmações que Brown faz sobre a obra artística de Leonardo da Vinci?

Welborn: Em absoluto, e resulta mais chocante os seus erros, em quase todos os aspectos da vida e obra do artista que procura apresentar. Tenho muitos detalhes no meu livro, mas creio que o ponto de início é o próprio nome do artista.
Brown apresenta-se a si mesmo como uma espécie de devoto e especialista em história da arte. Mas refere-se constantemente ao artista em questão «Da Vinci», como se este fosse seu nome. Não o é. É o indicativo de sua cidade natal.
Seu nome era «Leonardo», e este é o nome pelo qual é chamado em qualquer livro de arte que se consulte. Quem se proclama ser especialista em arte e se refere ao artista como «Da Vinci» é tão confiável como uma pessoa que proclama ser historiador da Igreja referindo-se a Jesus como «de Nazaré».

«O Código Da Vinci» é anticatólico?

Welborn: É, neste sentido: Dan Brown considera culpado o catolicismo por supostos crimes que, se fossem consequentes, fariam culpado todo o cristianismo.
Depois de tudo, não é unicamente o catolicismo o que crê que Jesus é divino, recita o Credo de Niceia e aceita o cânon do Novo Testamento. Não é só a Igreja Católica a que desempenha um papel e nem muito menos tão grande como Brown proclama na execução de bruxas durante o último período medieval e nos inícios da época moderna.
Como americana, posso dizer-lhe com toda confiança que os bispos católicos não estavam no seu cargo ministrial durante os juízos contra as bruxas do século XVII em Salem, Massachussets.
De modo que, neste sentido, pode-se dizer que «O Código Da Vinci» é anticatólico.

Por que crê que as afirmações sobre as origens cristãs que Brown faz, foram recebidas com tanto entusiasmo, inclusive pelos que se professam cristãos?

Welborn: Porque, infelizmente, não receberam uma boa educação das origens históricas do cristianismo. O meu livro é, essencialmente, um intenção de fazer algumas correcções a esta situação.
Animo os leitores, enfim, a que não dependam das tolices desta novela para ampliar a sua compreensão das origens cristãs.
Se estiverem interessados em saber quem era Jesus Cristo, verdadeiramente, no que pregou, há um modo muito acessível de o fazer, que não tem nada de secreto nem de oculto. É o Novo Testamento. É a vida sacramental da Igreja. Se quiserem encontrar Jesus, digo-vos, comecem aí. Ficarão surpreendidos com o que encontrarão.

«O Código Da Vinci»: quando o objectivo é vender


Se a promoção da “Paixão de Cristo de Mel Gibson” se fazia com a frase “o filme mais polémico do ano”, a Bertrand Editora fez do “Código Da Vinci”, último romance de Dan Brown, “o livro mais esperado do ano”.


Agência Ecclesia//6 de Maio de 04
10 Maio 2004


Falar sobre Jesus Cristo e a Igreja Católica, goste-se ou não, tem este efeito mediático. De vez em quando surge uma revelação definitiva sobre a vida de Jesus e sobre a “falsidade” que se esconde por detrás da Igreja Católica (há sempre um "segredo que a Igreja ocultou" nestas histórias). Dan Brown traz a última... até à próxima.

Tratando-se de um romance, concebido claramente para causar escândalo e gerar lucros aos autores/editores, as teorias apresentadas por Brown neste livro, - que é, de facto, um best-seller impressionante -, não surpreendem: Jesus foi casado com Maria Madalena, que estava grávida quando Cristo foi crucificado. Os descendentes daquela criança ainda sobrevivem e mantêm-se no anonimato protegidos pelo Priorado de Sião, que é também o guardião da verdadeira fé em Jesus e Maria Madalena, baseada na teoria do sagrado feminino. A novela portanto consiste numa corrida em demanda do Santo Graal, mas em vez de buscar o cálice da Última Ceia, procura principalmente os restos mortais de Maria Madalena.

A tese mais “polémica” do autor é sobre a tela "A Última Ceia", de Leonardo Da Vinci, afirmando que quem está sentada à direita de Jesus é Maria Madalena e não São João (provavelmente ocupado a tomar apontamentos para o que seria o seu Evangelho e sem tempo para comer).

Tudo isto estava já contado, desde os anos 70, nas obras de Gérard de Sède ou de Maurice Guinguand (em torno das questões de Gisors e de Rennes-le Château, e da filiação templária) ou, mais recentemente, 1982, em “O Sangue de Cristo e o Santo Graal”, de Michael Baigent, Richard Leigh e Henry Lincoln.

Ficção

Dan Brown, o autor, adverte que o livro parte de dois factos reais: a existência do Priorado do Sião, uma “sociedade secreta europeia fundada em 1099” e de que teriam feito parte figuras bem conhecidas como Newton, Botticelli, Victor Hugo, Jean Cocteau e Leonardo Da Vinci; e o Opus Dei. Toda a trama do romance vai girar em torno do combate feroz entre estas duas organizações.

Segundo Brown, todos os documentos secretos citados e as descrições de obras de artes, edifícios e rituais secretos são exactos. O facto de o autor falar num “monge” do Opus Dei, contudo, é por si só uma boa lição sobre a capacidade de pesquisa de Brown, que também apresenta um Papa que lança ao Tibre as cinzas dos Templários que ele exterminou, exactamente na época em que o Papado estava no desterro de Avinhão.

Talvez por isso seja preciso ter mais atenção quando o mas o autor faz afirmações sobre a História, dentro da novela, apresentando-as como factos consumados e amplamente aceites. Vale a pena olhar para um mapa ou para um manual de História, para conferir.

São João e os apócrifos


O autor do “Código Da Vinci” olha para os textos bíblicos como se fossem relatos jornalísticos, numa interpretação literalista que caiu em desuso há muitos anos.

“Surge no livro o problema da Ceia, que no Evangelho de São João não é, claramente, uma Ceia Pascal. O evangelista apresenta Jesus como o Cordeiro Pascal e este é um texto carregado de simbolismos de ordem teológica, retratando uma Ceia de adeus”, afirma o Pe. Joaquim Carreira das Neves, especialista em Sagrada Escritura.

Dan Brown utiliza ainda dados dos Evangelhos chamados “apócrifos”, considerados na obra como anteriores aos “canónicos” (Marcos, Mateus, Lucas e João), para partir à procura de uma imagem “original” de Jesus (profeta, humano, mas não Deus), facto que não constitui uma novidade na história da Igreja Católica.

O Pe. Carreira das Neves explica que a análise aos textos evangélicos “procura sempre o chamado Evangelho fundamental”.

“Mesmo na Igreja primitiva existia a ideia de que teria existido uma fonte comum aos Evangelhos e cada um procurava o Evangelho primitivo. Apesar de não se ter descoberto nada de semelhante, os nossos Evangelhos mostram que há ali várias compilações, como as sentenças da Quelle que aparecem em Mateus e Lucas”, refere à Agência ECCLESIA.

Esta constatação não significa, contudo, que todos os dados apresentados no “Código Da Vinci” tenham o mesmo valor. “Uma vez que a vida de Jesus tem muitos espaços em branco, eles vieram a ser preenchidos pelos apócrifos e o nosso leitor de hoje que anda à procura desses dados lê com agrado histórias mais ou menos fantasiosas”, afirma Carreira das Neves.

Os estudos bíblicos, que evoluíram significativamente desde o séc. XIX, não deixam margens para dúvidas sobre a datação dos “apócrifos”, sobretudo os de origem gnóstica, nascidos depois do ano 150 e após a redacção dos Evangelhos Canónicos, que decorreu entre os anos 70-100.

Mulheres e interpretações teológicas

O papel das mulheres na construção da Igreja primitiva é outro dos destaques do “Código Da Vinci”. Para o Pe. Carreira, é importante lembrar que “Maria Madalena e as mulheres tinham uma certa importância na comunidade primitiva”.

“Algumas correntes da Igreja primitiva davam muito valor à questão da iniciação dos escolhidos, sobretudo nos escritos gnósticos, e aí Madalena era a mais iniciada”, acrescenta. Nos apócrifos “O Evangelho de Filipe” e “O Evangelho de Maria”, Madalena é apresentada como sendo maior do que Pedro e os outros apóstolos, ideia que inspirou Dan Brown.

A Igreja Católica acabou por seguir uma posição oficial diferente desta linha gnóstica e os apócrifos acabaram por não ter qualquer importância na vida das comunidades.

O valor teológico do “Código Da Vinci” é para o Pe. Carreira das Neves “nulo”.

“O autor diz claramente que isto é um romance, como fez o Saramago, mas não deixa de afirmar que vem dar a última palavra sobre o um mistério nunca antes revelado, o do Santo Graal. Apesar dessa intenção, limita-se a ser um romance policial”, assegura.

“O problema é muito simples: os Evangelhos canónicos são prioritários, cronologicamente, em relação aos apócrifos, ao contrário do que Brown afirma. Estamos na presença de uma pura fantasia, que não resiste a um estudo sério”, acrescenta.

Recensão publicada no The Times ao "Código Da Vinci"

The Times (Londres) // Petre Millar, 21 de Junho de 2003
01 Junho 2004


Santa Farsa

Há algo nas investigações arqueológicas, os contos de antigas relíquias e a iconografia mística que consegue converter as típicas histórias de bobas e balas em verdadeiras histórias do mistério mágico.

Neste sentido, uma novela que começa com o estranho assassinato de um conservador do Louvre, sucessor de Leonardo da Vinci e Isaac Newton como chefe de uma sociedade secreta e dedicada à ocultação e a verdade sobre Cristo, consegue pôr os cabelos em pé e quase inspira a piedade pelo seu editor.

O título da novela de Dan Brown - "O Códigio Da Vinci" deveria ser uma advertência, pois evoca a fórmula infame usada por Robert Ludlum: um artigo determinado e palavra ordinárias, à qual se interpõe um exótico adjectivo qualificativo.

Desde "A Herança Scarlatti", passando por "O Círculo Materese" até ao "O Erro de Prometheus", Ludlum teceu uma trama de complots extravagantes protagonizados por personagens secos que estabelecem diálogos ridículos.

Dan Brown, temo, é seu digno sucessor.

Este livro é. sem dúvida, o mais estúpido, inexacto, pouco informado, estereotipado, descomedido e popularucho exemplo de "pulp fiction" que já li.

É por si mau que Brown esmague o leitor com referências "New Age", misturando o Gral com Maria Madalena, os Cavaleiros Templários, o Priorado de Sião, o Rosacrucianismo, Fibonacci, o culto a Ísis e a Idade de Aquário. Mas é que além disso o faz mal.

Ao começo da novela, encontramos um exemplo. Sophie, a heroína, polícia francesa perita em criptografia, conta que o seu avô lhe disse que "assombrosamente 62" palavras podiam derivar da palavra inglesa "planets". "Sophie passou três dias às voltas de um dicionário inglês até acabar por encontrar todas". Não sou criptógrafo, mas, incluindo plurais, consegui 86 em 30 minutos.

Não surpreende, assim, que Sophie e o seu companheiro fiquem desorientados diante de um estranho texto de que suspeitam que está escrito nalguma língua semítica. Finalmente, acaba por se ver que é um texto inglês escrito como se estivesse reflectido num espelho (e assim parece exactamente).

Isto seriam coisas sem importância se não fosse porque a trama se baseia na busca de um tesouro ao qual conduzem estas pistas. Demoram uma eternidade, por exemplo, em comprender que o nome da protagonista - Sophie - é uma derivação de "Sofia" que significa "sabedoria".

Além dos quebra-cabeças, o livro está mal composto, com ideias falsas, desorientações e descrições tomadas directamente de guias turísticos para viajantes.

Surpreendentemente, Brown crê que é difícil fazer chamadas internacionais com um telefone móvel francês, que a Interpol regista todas as noites quem dorme nos hotéis parisienses, que alguém na Scotland Yard responde às chamadas com um "aqui é da polícia de Londres", que o inglês é uma língua que não tem nenhumas raízes latinas e que a Inglaterra é um país onde está sempre a chover (bom, talvez nisto tenha razão).

Como não podia deixar de ser, o soberbo personagem britânico, chamado Leigh Teabing, é uma caricatura de Sir John Gielgud, cuja contra-senha de segurança é perguntar como se quer tomar o chá. A resposta correcta - o que é estranho… - é "Earl Grey com leite e limão".

A solução do mistério é totalmente insatisfatória e os tipos presumivelmente malvados, o Opus Dei e o Vaticano, saem ao fim airosamente (talvez por medo aos pleitos).

Os editores de Brown obtiveram um punhado de elogios brilhantes de escritores de filmes de suspense americanos, desses de terceira categoria. Só me vem à cabeça que a razão destes louvores exagerados se deve a que as suas obras fiquem elevadas à categoria de obra-mestra quando os comparamos com este livro.

A Família, esperança da Igreja e do mundo

"A missão específica dos bispos e dos presbíteros na pastoral familiar

Toda a comunidade eclesial deve sentir a responsabilidade de ajudar as famílias a viverem de forma coerente a sua vocação matrimonial; no entanto, os bispos e os presbíteros, como pastores do Povo de Deus, têm uma especial responsabilidade na pastoral familiar.
O bispo é “o primeiro responsável da pastoral familiar na diocese” e deve estar atento “de um modo particular a este sector pastoral, sem dúvida prioritário” (30). Como pastor, ele procurará apoiar pessoalmente as famílias, sobretudo aquelas que enfrentam problemas graves e que necessitam de se reencontrar no caminho da esperança. A atenção e a solicitude do bispo para com a família traduzir-se-ão, também, na disponibilização de pessoas e de recursos que dêem corpo a uma pastoral familiar consequente. Compete-lhe, ainda, apoiar pessoalmente todos aqueles que, integrados nas diversas estruturas diocesanas ou nas associações de defesa da família, se esforçam por levar às famílias o anúncio do Evangelho da vida.
No âmbito da comunidade cristã, o bispo “não deixará de encorajar a preparação dos noivos para o matrimónio, o acompanhamento dos jovens casais e a formação de grupos de famílias que apoiem a pastoral familiar e, não menos importante, sejam capazes de ajudar as famílias em dificuldade. A proximidade do bispo aos cônjuges e aos seus filhos, inclusive através de iniciativas de vários géneros com carácter diocesano, será para eles de seguro conforto”. Pertence, também, ao bispo “fazer com que sejam sustentados e defendidos os valores do matrimónio na sociedade civil, através de justas decisões políticas e económicas”. “Considerando as tarefas educativas da própria família (...), é necessário que o bispo apoie e qualifique a obra das escolas católicas, promovendo a sua aparição, onde não existam, e solicitando, na medida que puder, as instituições civis para que favoreçam uma efectiva liberdade de ensino no país” (31).

A solicitude da Igreja para com a família também deve estar bem presente no ministério dos presbíteros. É parte fundamental da sua missão anunciar o Evangelho do amor e da família, e “comportar-se constantemente, em relação às famílias, como pai, irmão, pastor e mestre, ajudando-as com os dons da graça e iluminando-as com a luz da verdade” (32). A responsabilidade do presbítero, no campo da pastoral familiar, não se limita ao ensino da recta doutrina ou ao momento da celebração do compromisso matrimonial; mas deve acompanhar as famílias na sua caminhada quotidiana, sustentá-las no meio das dificuldades e sofrimentos, apoiar solidariamente aqueles que têm dificuldade em avançar, recordar a todos os valores do Evangelho, ser para os membros da família um sinal do amor, da misericórdia e da ternura de Deus.
Aos sacerdotes empenhados na pastoral paroquial compete, também, velar para que as estruturas e os agentes pastorais da sua comunidade ajudem as famílias a viver na fidelidade à sua vocação. Compete-lhes, ainda, programar e animar as mais diversas iniciativas no âmbito da pastoral familiar: encontros e conferências sobre temas ligados à família, grupos de casais, jornadas de sensibilização para os problemas das famílias, tempos de reflexão e de oração que envolvam as famílias, criação de equipas de apoio à formação de noivos e de ajuda aos casais jovens)."

"A atenção particular da comunidade eclesial aos casais jovens

Os primeiros anos que se seguem à celebração do matrimónio têm uma importância fundamental na estruturação da comunidade familiar; da forma como a família se organiza, nessa fase, depende em grande parte o êxito nas etapas posteriores.
Após o compromisso matrimonial, o projecto de amor do homem e da mulher concretiza-se numa vida em comum, vivida dia a dia no dom, na entrega e na partilha total. Trata-se de uma importante mudança na vida dos esposos, que exige de cada um deles uma grande capacidade de atenção ao outro, de generosidade, de compreensão, de tolerância, de perdão e de renúncia aos próprios esquemas pessoais. As novas responsabilidades, o nascimento dos primeiros filhos, os diversos problemas e desafios que diariamente se colocam à vida familiar, irão exigir do casal uma grande capacidade de adaptação e pôr à prova a maturidade do seu amor.
A comunidade eclesial deve, portanto, dedicar uma especial atenção aos casais jovens, no sentido de os ajudar a descobrir e a viver a sua vocação e missão. Essa ajuda, sempre necessária, é ainda mais urgente se, como acontece frequentemente, existem carências na vida cristã e na formação dos novos casais.

Antes de mais, a comunidade paroquial deverá fazer um esforço no sentido de inserir os casais jovens numa dinâmica comunitária paroquial. A paróquia deverá, nesse sentido, utilizar a sua imaginação e a sua criatividade para promover estruturas de acolhimento, de acompanhamento e de inserção apostólica dos casais jovens.
A ajuda da comunidade eclesial aos casais jovens deve traduzir-se, em primeiro lugar, numa discreta presença solidária, de forma a que eles não se sintam isolados ou abandonados no seu esforço constante de superação das dificuldades.
A comunidade eclesial deverá preocupar-se, também, com a formação humana e espiritual dos esposos, a fim de que, ao longo da sua caminhada de amor partilhado sejam capazes de levar a cabo o seu projecto comum de existência matrimonial e familiar como resposta ao dom de Deus. Para responder a essa necessidade, a comunidade paroquial poderá programar actividades diversas dirigidas à formação dos esposos nos diversos âmbitos da sua missão: catequese familiar, catequese de adultos, conferências, retiros, encontros de formação. Considerando as novas situações que se deparam aos casais novos, em particular a passagem da comunidade conjugal à comunidade familiar com o nascimento dos filhos, a comunidade paroquial procurará dar continuidade à formação recebida na preparação do matrimónio com o tratamento dos temas do amor conjugal, do serviço à vida e da educação dos filhos.
Certos momentos-chave da vida das famílias - o baptismo, a primeira comunhão, a confirmação ou a escolha de um estado de vida dos filhos - deverão ser acompanhados de forma especial pela Igreja e constituir oportunidades de aproximação da família à comunidade e da comunidade à família. Outras situações - o nascimento e a educação dos filhos, o trabalho, a doença, a morte - exigem um acompanhamento especial da comunidade eclesial, de forma a que a família se sinta sempre apoiada nas suas alegrias e tristezas, na sua vocação e missão.

As famílias que contam já com experiência do matrimónio e da família, deverão procurar pôr ao serviço dos outros a própria experiência humana. Para concretizar esse objectivo deve impulsionar-se a formação de grupos de casais que facilitem o diálogo e a comunicação de experiências, que tenham os seus próprios esquemas de formação continuada, e que desempenhem a missão de acolher e de acompanhar os casais que se aproximam da paróquia por algum motivo familiar."

Retirados da Carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa


(Integral)

Formação de Animadores em Caminha 2004/5

Nas Bases para a Pastoral Juvenil, publicadas pela Conferência Episcopal Portuguesa, em 14 de Novembro de 2002, podemos ler:

"Nas propostas de formação, tendo sempre a Palavra de Deus como fonte inspiradora, e a realidade social como apelo permanente, deve atender-se tanto à formação pessoal como à formação para a vida de relação (13); aos agentes e aos responsáveis da pastoral juvenil é pedido que sejam testemunhos de fé, tenham sentido comunitário, capacidade de diálogo e possuam as competências necessárias (14); em todos os seus aspectos, a pastoral juvenil exige uma cuidadosa formação dos seus animadores ou líderes, o que poderá suscitar a criação de Escolas adequadas (23)".

O Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil quer responder a esta necessidade promovendo o 3.º curso Anual de Formação de Animadores, que terá lugar este ano no Centro Paroquial de Caminha, com início no sábado 30 de Outubro. Apresenta-se a continuação o itinerário formativo do Curso, de acordo com as directrizes do DGC n.º 238, que apresenta "as dimensões da formação do catequista: o ser, o saber, o saber fazer".

FAÇA O DOWNLOAD DA FICHA DE INSCRIÇÃO E DO ITENERÁRIO FORMATIVO

quarta-feira, outubro 06, 2004

CHAMA de OUTUBRO




No dia 09 de Outubro, na Cúria Diocesana, às 15h, terá lugar a Apresentação do Programa da Pastoral Juvenil para o Ano 2004-2005. Todos os catequistas e animadores de jovens estão convocados!
O desdobrável será entregue neste dia e distribuído na CHAMA de Novembro. No entanto, ele já está disponível em http://pjuvenilviana.no.sapo.pt numa versão para copiar ou imprimir directamente. O Encontro contará a presença do Irmão José Ramón, da comunidade de Taizé, que nos falará do Encontro Internacional em Lisboa.

Viana e Taizé irmanadas
A diocese de Viana do Castelo e a comunidade de Taizé mantêm agora um frutuoso contacto. De 22-29 de Agosto, 14 jovens vianenses viveram uma «Parábola da Unidade» em Taizé, França. «Uma experiência sublime» - assim foi definida a semana vivida por alguns jovens. Agora receberemos uma segunda visita dum monge da Comunidade e participaremos no Encontro Internacional em Lisboa, de 28.dez a 01.jan.


Obrigado à Irmã Conceição

O serviço do Evangelho, nas sendas de Francisco e da Hospitalidade, levou a nossa querida Irmã Conceição Mesquita desde Viana para Santarém. A Pastoral Juvenil agradece a imensidão que fez por ela e pede ao Senhor que a continue a abençoar. Obrigado pelo seu sorriso: presença de Deus no meio de nós!

Conversas com Deus
As Conversas com Deus terão início não no dia 03 mas no dia 10 de Outubro, no seminário. Este ano haverá Conversas com Deus em Viana e num arciprestado, em simultâneo, em cada mês.


Secretariado Diocesano de Pastoral Juvenil de Viana do Castelo, Cúria Diocesana. Convento de São Domingos. 4900-864 Viana do Castelo Telef.258-824567 Fax.258-824459 Email: jotas@tugamail.com