«É na juventude que se prepara a família»

D. Carlos Pinheiro na peregrinação à Senhora da Aparecida

O Bispo Titular de Dume e Emérito de Braga, D. Carlos Pinheiro, realçou ontem na peregrinação à Senhora da Aparecida, em Balugães, no arciprestado de Barcelos, que «é na juventude que se prepara a família». Perante muitas centenas de fiéis vindos de paróquias de Barcelos, Ponte de Lima e de Viana do Castelo, o prelado disse que, se hoje há noção que a família está em crise, isso deve-se aos pais, que, por vezes, descuram os seus deveres, não amam como deveriam amar os seus filhos e, além disso, existem muitos factores que não deixam que os progenitores levem os filhos pelo caminho do bem. «Por isso, nós precisamos que os jovens, aqueles que estão a pensar em constituir família, se apercebam disso e despertem para esta grande responsabilidade », sublinhou.

Na sua homilia, D. Carlos Pinheiro lembrou que, segundo as estatísticas, há uma percentagem grande de jovens que está afastada das práticas religiosas, argumentando que não querem perder a liberdade. «Fora de Deus não há verdadeira liberdade. Deus quer que sejamos livres», disse, acrescentando que um jovem se sente realmente feliz quando sente que no seu coração está Deus.

«O amor de Deus quer que os jovens, aqueles que têm vocação para o casamento, se preparem para serem bons educadores. É na juventude que se prepara a família, se adquirem bons hábitos, e se começa a praticar a virtude. Por isso mesmo jovens, não vos deixeis iludir e não vos deixeis enganar», exortou.

Aos pais, o Bispo Titular de Dume e Emérito de Braga pediu para que procurem cumprir com os seus deveres no dia à dia, não deixando de orar e de educar os filhos porque, «uma família que reza vive unida».

Na sua homilia, D. Carlos Pinheiro aproveitou a ocasião para também falar aos peregrinos sobre a Encíclica "Deus é Amor", do Papa Bento XVI.

Segundo explicou, a temática escolhida pelo Santo Padre não podia ser a melhor tendo em consideração que há ainda muitos cristãos que ainda olham para Deus como se fosse um pai que está à espera para nos repreender.

Na verdade, disse, Deus ama a todos, independentemente da sua condição. «Ele manifestou esse amor de muitas maneiras, mas principalmente mostrou-nos esse grande amor enviando à terra o seu Filho Jesus», «que viveu connosco como ser humano, aceitando tudo aquilo que a vida quotidiana traz consigo de bem e de mal» «e deu a vida por nós, que é a prova máxima do amor de Deus, realçou.

Para o prelado, Deus também manifestou o seu amor por nós no momento em que estava a morrer na cruz quando nos concedeu Maria como nossa Mãe. «Por isso, quando se fala em Nossa Senhora, nós temo-La no nosso coração e Ela tem no coração todos os seus filhos porque não há mãe nenhuma que o seja de verdade que não ame o seu filho», salientou.

Assim, D. Carlos Pinheiro fez questão de sublinhar que Maria quer que sejamos bons filhos, amigos de Jesus e dóceis aos seus ensinamentos e que correspondamos ao amor de Deus. «O Santo Padre diz que há pessoas que ainda não entendem Deus, que ainda não compreendem o Seu amor e olham para Deus de modo diferente daquele que é verdadeiro», sustentou.

In Diário do Minho

O Papa Bento VI rezou pela paz no Médio Oriente

O Santo Padre pediu a paz verdadeira a Deus, à Virgem Maria e aos homens.

Palavras de Bento XVI:

«Nestes momentos não posso deixar de pensar na situação, cada vez mais grave e trágica que vive o Médio Oriente, centenas de mortos, muitíssimos feridos, uma massa ingente de pessoas sem lar e de fugitivos, cidades e infra-estruturas destruídas, enquanto no coração de muitos cresce o ódio e o desejo de vingança.

Estes factos demonstram claramente que não se pode restabelecer a justiça, criar uma nova ordem e edificar uma paz autêntica quando se recorre ao instrumento da violência. Vemos, agora mais do que nunca, quão profética e ao mesmo tempo realista é a voz da Igreja, quando, frente às guerras e conflitos de todo o tipo, indica o caminho da verdade, da justiça, do amor e da liberdade. Este é o caminho que a humanidade deve percorrer, hoje também, para conseguir o desejado bem da paz verdadeira.

Em nome de Deus dirijo-me a todos os responsáveis desta espiral de violência para que todas as partes deponham as armas imediatamente! Peço a todos os governantes e instituições internacionais que não poupem esforços para conseguir um cessar necessário das hostilidades, para assim começar a construir, mediante o diálogo, uma convivência duradoura e estável de todos os povos do Médio Oriente.

Peço a todos os homens de boa vontade que continuem a intensificar o envio de ajuda humanitária a essas populações tão necessitadas e submetidas a duras provas. Mas sobretudo, que de todos os corações se eleve uma oração confiada a Deus bom e misericordioso para que conceda a sua paz a essa região e ao mundo inteiro.

Confiamos esta fervorosa súplica à intercessão de Maria, Mãe do Príncipe da Paz e Rainha da Paz, tão venerada nos países do Médio Oriente, onde esperamos que reine rapidamente a reconciliação pela qual o Senhor Jesus ofereceu o Seu Sangue precioso.»